10 de mai. de 2011

Homenagem à Tenda de Umbanda Pai Joaquim de Angola – Tenda de Umbanda Pai José de Cabo Verde – Fundada em 30.03.74 – Filiada à F.U.E.S.P.

Homenagem à Tenda de Umbanda Pai Joaquim de Angola – Tenda de Umbanda Pai José de Cabo Verde – Fundada em 30.03.74 – Filiada à F.U.E.S.P.



Primeira noite na casa do meu Pai.

Andando a passos curtos, pensativo e ansioso, apenas na companhia de amigos, conduzindo ao encontro do inesperado. Com o coração descompassado, fazia uma oração pedindo perdão, pois estava pronto a vender minha alma. Em busca de socorro e orientação, entrei numa casa cercada por folhas e flores, e aos montes samambaias compridas, num forte tom verde, decoravam a entrada. Em seguida as pessoas saudavam uma casinha, que ao fundo uma vela branca iluminava seu interior e uma fumaça saia e um cheiro diferente iam suavizando a tensão, mas não diminuindo a desconfiança. “Pronto já estou devendo”. Entramos, sentamos e nada acontecia apenas um vai e vem interminável. Pessoas carregavam sacolas e de repente estavam armadas com aqueles mantos, saias rendadas, lenços e colares. Tentava a todo custo controlar minha curiosidade e aparente medo. Olhando esses mesmos seres via inconfundível serenidade. Uma roda se formou e rezamos um Pai Nosso. “Que familiar”. Mas em seguida toques e cantos eram entoados. E lá vinha um sujeito com um balangandã e uma fumaça densa e cheirosa que encobria os presentes no recinto. Palmas, rezas, gritos, uma confusão se formava na minha cabeça, pois o entendimento era pouco, e de repente os membros da casa estavam postos em lugares definidos por uma hierarquia que se fazia necessário. Os primeiros daquela noite eram chamados e pra minha surpresa, estava sendo contemplado muito educadamente a entrar, depois que retirasse o sapato. Quando percebi, estava sendo benzido. Os dedos estralavam e o pesar diminuía. Um alivio profundo no peito e um paz interior imensurável. Quando tudo parecia não ter fim e uma vontade de prolongar por mais alguns minutos aquele instante, retornava ao meu acento. A cena se repetia e outras pessoas recebiam o mesmo amparo e atenção de forma simples, serena e igualitária. Duas horas depois, os membros concentrados no centro daquele recinto fizeram outra reza e disseram que estávamos dispensados do compromisso do dia. Levantei, passando por um corredor simples, com pequenas pedrinhas vermelhas ao chão. Passei novamente entre as samambaias que balançavam com o fresco do vento e quando percebi já estava saudando a casinha, muito agradecido aos amigos e aos estranhos, homens, mulheres e crianças que em reunião fraternal mostraram uma forma de estar em comunhão com Deus. Esse foi o primeiro num centro de Umbanda. Esse foi o primeiro dia no terreiro do meu Pai Joaquim de Angola e do Pai Jose de Cabo Verde. Na infância já era acediado pela espiritualidade nas festas de Cosme e Damião, quando ganhava os doces e guloseimas. Mas, neste dia pude escolher sozinho um caminho a seguir. Um dia inesquecível, como as varias lições que tive, através de médiuns equilibrados e muito bem orientados que encontrei nesta morada. Desenvolvi, trabalhei, rezei e exerci varias outras funções que eram aos poucos confiadas. Tudo foi valido, importante e mesmo que hoje não esteja sob suas orientações e ensinamentos, não deixo de ser amparado, conduzido, socorrido e guiado por vocês. Essa noite, novamente, depois de 5 anos ausente, senti toda força do seu terreiro presente em meus sonhos e acordei com essa vibração latente em minha coroa. Sarava Pai Joaquim de Angola, Pai Jose de Cabo Verde, Pai João, Vovó Umbelinda, Tia Maria, Pai Mané, Vô Francisco, Vovó Ana e todas as falanges de Preto Velho. Viva 13 de Maio.


Benção Padrinho Célio e Madrinha Sonia. Que Deus vos conservem sempre com muita saúde, paz e harmonia.


Um abraço fraterno a todos os membros da casa e aos Pais e Mães pequenos.


“Adorei as almas”

Olele meu Deus do céu que alegria
Os Pretos Velhos não carregam soberbia
Meu Deus do céu isto aqui eu preferia (bis)
A estrela dalva no ponto do meio dia
Eu vou plantar neste quintal pé de pinheiro
Para mostrar como se quebra macumbeiro (bis)
Olele meu Deus do céu que alegria
Os Pretos Velhos não carrega soberbia
Meu Deus do céu isto aqui eu preferia (bis)
A estrela dalva no ponto do meio dia
Galo penacho bota abaixo na campanha
Neste terreiro galo veio não apanha (bis)
Olele meu Deus do céu que alegria
Os Pretos Velhos não carrega soberbia
Meu Deus do céu isto aqui eu preferia (bis)
A estrela dalva no ponto do meio dia
*************************************************
Pelo dia de hoje eu quero alegria neste terreiro,
Pelo dia de hoje eu quero alegria neste terreiro,
Foi a 13 de Maio que acabou o cativeiro,
Foi a 13 de Maio que acabou o cativeiro.
*************************************************
Oh Deus nos salve esta casa santa,
Oh santa, Oh santa,
Aonde Deus fez a sua morada,
Morada, morada,
Aonde mora o cálice bento,
E a hóstia consagrada,
Aonde mora o cálice bento,
E a hóstia consagrada
*************************************************
Pai Joaquim, cadê Pai Mané, foi na mata apanhar guiné.
Pai Joaquim, cadê Pai Mané, foi na mata apanhar guiné.
Diga ele que quando vier, que suba escada e não bata o pé!
Diga ele que quando vier, que suba escada e não bata o pé

*************************************************




Um comentário:

Diney disse...

Salve!!!!
Parabens Hamilton por esta dedicação.Acho que todos que passaram por esta casa tem saudades no coração.Temos respeito e gratidao a todas entidades e medios que la frequentaram.A voce um forte abraço.
De um grande amigo:
Diney

Arquivo do Espaço

O que tem no Espaço!

Ponto de Caboclo Flecheiro

Ponto de Caboclo Flecheiro

Ponto de Cabocla Jurema

Ponto de Cabocla Jurema